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LENDAS DO RIO GRANDE DO SUL
Constitui o substrato do folclore brasileiro a resultante de uma aculturação do folclore português, trazido pelos colonizadores a partir do século XVI, com as tradições dos dois elementos étnicos que entraram na formação da nossa etnia: o elemento ameríndio e o elemento oriundo da áfrica negra - o negro-africano. Essa aculturação, processou-se, revelando larga receptividade nessa assimilação de tradições de elementos atrasados, primitivos, tudo em virtude do baixo nível cultural da sociedade brasileira durante o período colonial. Sabe-se que nos primeiros tempos, o influxo ameríndio (tupi-guarani) foi mais forte do que a influência negra. Logo, porém, com a expansão da instituição da escravatura negro-africana, as tradições do escravo negro, as tradições do escravo negro e principalmente por seu impacto no meio doméstico, passaram a ter mais importância, preponderando mesmo, que a dos indígenas. Só mais tarde, no século XIX, é que surgem novas tradições, originadas pelas correntes imigratórias que vinham para o Brasil em busca de melhores condições de vida. Esses novos colonos - alemães, suíços. Italianos, judeus, japoneses, etc., localizados em reduzidas áreas de influência naturalmente que não puderam afetar o tradicionalismo já consolidado, a não ser em influxos locais e ainda não arraigados no folclore brasileiro. Os mitos brasileiros na sua maioria, procedem e se originam na verdade, dessas fontes étnicas apontadas. O caracter protéico das tradições populares explica as suas variantes, por vezes numerosas, em nosso espólio popular. Outras vezes atestam-se obliterações de mitos e lendas primitivos, apenas sobreviventes nos contos e nas cantigas do povo. Por sua vez, no próprio substrato tradicional ou tradicionalista, elaboram-se de forma espontânea, novos e originais mitos, resultantes daquilo que o americano denomina “melting pot” dessas aculturações. Tudo aquilo que o povo conta e repete, que passa a integrar o folclore regional, é tradição. É o passado do povo, são o dia-a-dia e a sua história diuturna, quer dizer: a tradição, o folclore, não é feito de fatos isolados de todos os fatos acontecidos em todos os dias e que, são transmitidos aos pôsteres na linguagem popular, com as palavras em voga na época. A sua repetição é que torna sua vivência (de história) perene. Assim, no Ceará, o culto ao “Padim Ciço” deixou de ser um fenômeno religioso passando a ser um fato folclórico - uma lenda. Os violeiros tradicionais cantam em prosa e em versos sua vida e seus milagres Fonte: Página do Gaúcho
Nossas Lendas
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